Dicas para gastar menos combustível diariamente

Ter um carro hoje em dia virou um exercício diário de cálculo. Todo mês tem um gasto diferente para acompanhar, e, para muita gente, abastecer pesa mais no orçamento do que consertos simples. E nem precisa rodar tanto para perceber que só de gasolina ou etanol já vai uma fatia bem generosa do salário.

Empresas são um belo exemplo disso: quem controla direitinho gasta quase um terço a menos, segundo a Cobli. Mas, para quem está sentindo o bolso apertar por conta do combustível, não é só pesquisar preço em posto não. Tem o dólar subindo, imposto para todo lado e fatores que nem sempre a gente consegue evitar.

Por sorte, o motorista tem algumas cartas na manga para virar esse jogo. Mudar pequenos hábitos na rotina e entender melhor como o carro responde faz mais diferença no dia a dia do que parece. Da escolha do caminho até o jeito de pisar no acelerador, existe uma série de detalhes que podem aliviar o peso da bomba no fim do mês.

Nas próximas seções, vou compartilhar umas dicas que já testei e outras que funcionam para o pessoal ao meu redor. Dá para ajustar o jeito de rodar na cidade e economizar, sem abrir mão do que realmente importa: praticidade e segurança.

O que mexe no consumo de combustível?

Muita gente pensa que o que gasta combustível é só a distância, mas não é bem assim. O carro tem suas próprias manias: motor, peso, aerodinâmica. Quanto mais pesado e menos “cortando o vento” ele for, maior vai ser a sede.

E não para aí. Rua esburacada, subidas, muito calor ou frio — tudo isso faz o motor trabalhar mais, e aí o litro some fácil. Foi comprovado por universidades gringas: se dirigir “na base da pressa” (acelerando e freando fora de hora), pode gastar até um terço mais. Parece pouco, mas, no fim do mês, faz diferença real.

Um truque da vida real é ficar de olho no comportamento do carro. Se perceber que está abastecendo antes da hora, ou o marcador despenca só de rodar um pouco no trajeto costumeiro, pode ser sinal de ajuste necessário. Ouvir barulhos diferentes ou notar o motor meio “pesado” também é sinal de que algo está errado.

Usar um app de controle ou até anotar tudo no caderno já ajuda a flagrar esses desvios. Conhecendo o padrão do seu modelo, fica mais fácil saber se está gastando demais. E, se ainda não comprou carro, vale pensar em pegar aquele motor 1.0 para o uso na cidade, ou um carro mais robusto se vai pegar muito chão ruim ou estrada. Cada perfil tem o seu veículo ideal para não gastar além do esperado.

A importância de cuidar da manutenção

Fazer a revisão do carro na hora certa vai além de evitar sustos na estrada. Isso pode ser a diferença entre gastar normal e ver o valor ir para as alturas. Tem dado de oficina especializada que mostra: só uma manutenção preventiva pode economizar até 30% de combustível. Ou seja, cuidar do básico faz milagre.

Pequenos detalhes viram vilões quando ignorados: filtro entupido, vela velha, óleo vencido. Tudo isso força o motor e aumenta o consumo. Eu mesmo já percebi diferença no bolso depois de consertar um filtro esquecido.

Não precisa ir todo mês ao mecânico, mas tem uns cuidados que ajudam: óleo sempre trocado na quilometragem certa, calibrar os pneus — principalmente se pegar estrada direto — e trocar os filtros. Ah, andar com o pneu murcho é pedir para ver a gasolina ir embora à toa. Só 20% abaixo do ideal já faz o carro gastar até 10% a mais. E qualquer caminhoneiro sabe que calibragem errada pesa mesmo no bolso.

Outro ponto pouco lembrado é o alinhamento. Se estiver torto, o carro “puxa” e gasta mais energia. Além de economizar, cuidar disso deixa a direção mais segura e evita aqueles gastos inesperados que aparecem do nada quando um problema vira outro maior.

Tem um dado pesado: rodar com carro mal cuidado já foi motivo, no Brasil, de mais de 1.400 mortes em dez anos. Ou seja, revisão não é só para economizar combustível, é para não virar estatística. Uma dica simples é marcar todo compromisso do carro no celular, assim nenhum prazo escapa.

Como economizar combustível na rotina

Nem todo mundo sabe, mas o jeito de dirigir muda bastante o quanto a gente gasta de combustível. E algumas mudanças são simples. Comece acompanhando as trocas de marcha: carro manual, por exemplo, tem uma regrinha básica

– 1ª marcha: vá só até uns 15 km/h
– 2ª marcha: até 25 km/h
– 3ª marcha: até uns 45 km/h
– 4ª marcha: entre 60 e 70 km/h
– 5ª marcha: acima de 60 km/h

Só isso já dá uma ajuda e tanto. Outra coisa é o ar-condicionado, que em dias quentes parece indispensável. Mas, dependendo da velocidade, ele “bebe” cerca de 20% a mais de combustível. No trânsito lento, prefira as janelas abertas; na estrada, mantenha fechadas para cortar o vento melhor.

Um detalhe fácil de esquecer é o porta-malas cheio. Livre-se daquele monte de tralha guardada, pois carregar peso desnecessário aumenta ainda mais o consumo. E andar sempre com tanque cheio até a boca pode ser exagero, carregue só o suficiente — muito combustível no tanque impacta no peso, mas andar sempre na reserva te obriga a ir ao posto mais vezes.

No trânsito pesado, tente prever as paradas e evite andar colado nos outros. Isso economiza frenagem desnecessária e ainda reduz risco de batida. E se ficar parado mais de trinta segundos no semáforo, coloque o carro no neutro. No meu dia a dia, essas pequenas atitudes já evitaram muitas idas ao posto.

Mude o jeito de dirigir para gastar menos

O comportamento do motorista é o que mais pesa na conta do fim do mês. E não falo só das multas por pressa, mas daquele jeitinho acelerando e freando toda hora. Isso faz o carro gastar até 35% mais, uma diferença e tanto.

Para resolver isso, ande com mais calma, mantenha uma velocidade contínua e seja leve no acelerador. Numa subida, não precisa pisar fundo — deixa o carro ganhar embalo na descida e só usa um pouco mais de força no momento certo. Sabe aquele motorista que já freia devagar logo quando vê o semáforo fechando lá na frente? Pode parecer “devagar”, mas no fim do mês ele abastece bem menos que o apressadinho.

Se tiver que esperar muito parado, desligar o motor ajuda a economizar quando o tempo ultrapassa um minuto. Tem estudo mostrando que praticar esses hábitos por só 15 dias já faz diferença — seu corpo e sua mente começam a reagir automaticamente, e você sente menos culpa toda vez que o preço do combustível aparece no jornal.

Fonte: revista.tec.br